terça-feira, 12 de junho de 2012

Soltinha, soltinha

“Em tudo o que faço, eu sinto prazer
de ser quem eu sou,
de estar onde estou,
agora só falta você”

(Trecho de “Agora só falta você”, de Rita Lee)

Se por acaso morrer do coração,
É sinal que amei demais,
Mas enquanto estou viva,
Cheia de graça,
Talvez ainda faça
Um monte de gente feliz”

(Trecho de “Saúde”, de Rita Lee)

Estou para ver compositora mais autêntica e direta que Rita Lee. Minha xará de personalidade forte, como eu. Acho que aí está a questão: personalidade. Jeito de ser único de cada um. Sinto-me até tola de escrever isso. Escrevo porque, principalmente hoje, Dia dos Namorados, muitos solteiros sentem-se deslocados, infelizes por não terem um par.

Penso no absurdo disso e nas origens desse pensamento. A pessoa ter que estar acompanhada para sentir-se bem. “Antes mal-acompanhado do que só”, diria a minha avó e a moral tosca dos séculos anteriores. Há pessoas que ainda hoje, no século XXI, se submetem a relações insatisfatórias e a infelicidade para terem alguém ou mostrar à sociedade que tem alguém. E tal ideal é tão arraigado que nem se percebe como é vendido por livros de romance, novelas e filmes.

A chave para escapar da armadilha do pensamento “só sou alguém por ter você do meu lado” é aprender a se estimar, a valorizar sua própria companhia. Você realmente gosta de alguém, ou quer alguém para não ficar só? Porque me parece que se for o segundo caso, a relação já nasceu com vício.
 
Estar com alguém é bom quando há de fato apreço pela outra pessoa, quando se está junto por vontade, não por necessidade ou carência. Se aparecer alguém interessante, obviamente, é bom dar chance para florescer algo mais. Se não aparecer ou o sentimento não crescer, o que realmente está sendo perdido?

Não sei se eu amadureci, se fiquei menos romântica, mas perdi a paciência de sair para encontrar companhia. Sou mais desfrutar a minha companhia, da minha família e amigos enquanto não surge alguém com quem eu queira estar. No mais, como diria a Rita Lee “enquanto estou viva, cheia de graça, talvez ainda faça um monte de gente feliz”. E que a primeira a me fazer feliz seja eu mesma.

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Este obra de Rita Cammarota, foi licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.