quinta-feira, 31 de maio de 2012

Lição aos meus filhos tirada de “Dawson´s Creek”

Eu, adolescente no final dos anos 1990, era apaixonada pelas séries do Sony Dawson´s Creek e Felicity, que, segundo a minha mãe deveria se chamar Tristicity, pelas desventuras por que a personagem principal passava. Só que hoje vou falar de DC.

Bem, para quem não se deleitou com a série que lançou Katie Holmes, Joshua Jackson e Michelle Williams, faço um resumo agora. Dawson (James van der Beek) morava numa cidade pequena e tinha como melhores amigos Joey (Katie Holmes), que nutria um amor não-correspondido por ele e Pacey (Joshua Jackson), boa praça sempre de bem com a vida, apesar dos problemas com o pai.

Tudo corria na mais perfeita monotonia quando chega à cidade uma bela menina-problema da cidade grande, Jennifer (Michelle Williams), que logo atraiu a atenção de todos, por ser autêntica e não estar nem aí para os que a julgam. Dawson logo caiu de quatro por ela e Joey, coitada, realmente ficou a ver navios.

Anyway, Dawson só vê a graça de Joey quando ela entra num concurso de beleza para ganhar uma grana, de que ela sempre precisa, e Dawson é quem faz o seu vídeo de apresentação. Lá pelas tantas, ele pergunta: “O que você ensinaria a seus filhos?”. E ela responde: “Eu ensinaria aos meus filhos a tratarem os outros como eles próprios querem ser tratados”. Sei que isso não é novidade, é até uma lição bíblica, mas penso como o mundo seria um lugar melhor e como as pessoas próximas seriam bem menos magoadas se fizéssemos isso.

Porque no fundo é uma lição de respeito. Em termos populares, não sacaneie os outros, porque você não quer ser sacaneado. Num mundo utópico, isso se aplicaria a tudo. Lembro quantas vezes eu magoei pessoas, e tantas outras as pessoas também me magoaram. Não queria magoar, mas aconteceu. Acho, no entanto, que mesmo nessas situações é possível minimizar a dor da outra pessoa ao respeitar o que ela está sentindo, ao se colocar no lugar dela.  

Enfim, uma lição que cabe muito no mundo de hoje e sempre caberá. É tão atemporal que está na Bíblia e numa série adolescente bobinha dos anos 1990. Se algo resiste tanto ao tempo e serve para a construção de uma sociedade mais justa e respeitosa, com certeza será de valia para meu filho. Espero que os outros pais pensem da mesma forma.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Bem melhor ser alegre que ser triste

Oi, galera. Estava querendo traduzir outra música brasileira para o inglês. Hoje acordei com o "Samba da benção", do Vinicius de Moraes e do Baden Powell na cabeça. Quem não liga o nome da música à canção, que é muito popular, é só completar o primeiro verso: "É melhor ser alegre que ser triste...".

O que mais gosto dela é a constatação de que o samba sempre tem uma tristeza inerente a ele. Não digo samba enredo, mas aquele gostoso de se ouvir, de raiz. O samba que, por mais alegre que seja, carrega uma pontinha de saudade e melancolia. Vi também uma versão dele maravilhosa com Elis (!!!!!) cantando uma versão em francês. E ela apresentando os músicos num francês gostoso, cadenciado. Lindo, lindo. Acho que talvez isso tenha me motivado a fazer uma versão em inglês para a canção.
 Espero que gostem.

Samba da bênção
Vinicius de Moraes e Baden Powell

I know smiles can be prettier than tears
Joy can cure all of heart injuries
It´s like sunlight that shines into your soul
But a samba is born from what is sad
Otherwise it will only be a bad
Samba song without melody and love

A nice samba can never be a joke
Told by fools and laughed at by the folks
A nice samba is like a prayer instead
Cause a samba is like a mourning widow
That goes out or leans against the window
Looking for love to make her glad

Sprink a little love to make its bones,
Then add a sweet voice to match the tones,
And a samba is ready to delight
Cause the samba was born inside Brazil
And if its white lyrics will make you chill
Feel the black beat  warming you inside

I know smiles can be prettier than tears
Joy can cure all of heart injuries
It´s like sunlight shining in your soul
Cause the samba was born inside Brazil
And if it´s whte lyrics make you chill
Feel the black beat warming you inside

 

segunda-feira, 21 de maio de 2012

De novos começos

Se Eu Soubesse (part. Thais Gulin)

Ah, se eu soubesse não andava na rua,
Perigos não corria
Não tinha amigos, não bebia, já não ria à toa
Não ia enfim
Cruzar contigo jamais
Ah, se eu pudesse te diria, na boa,
Não sou mais uma das tais
Não vivo com a cabeça na lua
Nem cantarei: eu te amo demais
Casava com outro, se fosse capaz
Mas acontece que eu saí por aí
E aí, larari, lairiri
Ah, se eu soubesse nem olhava a Lagoa,
Não ia mais à praia,
De noite não gingava a saia, não dormia nua
Pobre de mim
Sonhar contigo, jamais
Ah, se eu pudesse não caía na tua
Conversa mole, outra vez
Não dava mole à tua pessoa
Te abandonava prostrado a meus pés
Fugia nos braços de um outro rapaz
Mas acontece que eu sorri para ti
E aí, larari, lairiri
Pom, pom, pom..

Não é novidade para ninguém que sou apaixonada pelas músicas do Chico. Considerando isso, até que há poucas composições suas no blog. Hoje decidi postar “Se eu soubesse” não só porque acho linda, mais ainda porque ele canta ao lado da namorada, Thais Gulin.

Decidi postá-la porque de um jeito muito leve fala de começos, de como inesperadamente aparece alguém especial na sua vida, sem você pedir, sem você saber. E uma história nasce.

Isso aconteceu comigo ano passado. Foi gostoso. Foi forte. Foi amor. E terminou tão inesperadamente quanto começou. E, quando ele se despediu, doeu demais.

Não tenho nenhum arrependimento, sofri, mas sei que o motivo para terminarmos era urgente para ele. Senti raiva e me convenci de que mesmo assim, ainda amava.

Quando nos falamos de novo, senti muita frieza, minha e dele. Onde estava a faísca, o amor? Não sei, não tenho capacidade de explicar. Latente, quem sabe. Não é raro isso. Como diria o mesmo Chico Buarque, o amor pode esperar em silêncio, milênios, milênios no ar.

Só sei que também não vou ficar inerte por um afeto que poderá nunca chegar. Vou sair, sem procurar ninguém e sem fantasiar com possibilidades que passaram ou que virão. Vou sair, e aí...

E para quem quiser curtir a música, abaixo posto o vídeo:

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Tudo zen. meu bem

Tudo Azul

Tudo azul, todo mundo nu
No Brasil sol de norte a sul
Tudo bem, tudo zen, meu bem
Tudo sem força e direção

Nós somos muitos
Não somos fracos
Somos sozinhos nessa multidão

Nós somos só um coração
Sangrando pelo sonho de viver

Eu nunca fui o rei do baião
Nem sei fazer chover no sertão
Sou flagelado da paixão
Retirante do amor
Desempregado do coração
Só porque levar a vida mais leve faz bem! Hoje estou com essa música na cabeça. E é uma delícia se desapegar das preocupações e simplesmente rir de qualquer besteira que acontece. A última semana passei triste, tensa, por uma pessoa que está com a cabeça virada.

Acho que vou desapegar disso também. Quando não há nada a fazer, o negócio é olhar pro céu, rir de qualquer coisa e seguir em frente. Bom dia a todos, que o meu está ótimo!
Curtam abaixo:

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Band Aid

- Puxa logo, vai.
- Mas vai doer.
- Dói de qualquer jeito. Melhor antes e rápido, então.
- Mas já ta grudado há tanto tempo que é quase parte da minha pele.
- Deixa de ser boba. Por isso mesmo é bom tirar agora, para você esquecer de vez esse machucado.

Só que não era machucado. Nem era ruim. Por isso é tão difícil arrancar você da memória. Por causa dos sorrisos, do amor que eu construí com a sua ajuda e por você, dia a dia, mês a mês.

É difícil, ruim agora porque foi bom. Porque carinho, afeto, tesão, amizade por você faz falta.

Porque o que foi pouco a pouco erigido teve de ser num momento derrubado.

Porque todo o sentimento que eu tinha por você teve de ser arrancado, como um band-aid.

E como uma criança, sei que vai doer, que vou chorar e que, antes que me dê conta, arrumarei outra brincadeira e talvez outro machucado. Então, nosso amor, agora cicatriz, será tão gostoso como uma lembrança feliz de infância.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Versão em inglês de "Aquarela", de Toquinho

Olá a todos! Andei sem ideias para o blog até que decidi retomar a versão em inglês da música Aquarela. Desde pequena, eu já adorava essa música. Quer dizer, eu,  a torcida do Flamengo e a do Corinthians.
A primeira versão dela é em italiano, bem bonita, mas diferente da nossa. A versão em espanhol lembra mais a original. A versão castelhana é mais direta, menos metafórica. As outras duas, que eu procurei tomar como base para minha tradução, são mais alegóricas.
Estava lendo num portal de notícias que um menino em estágio terminal de uma doença cardíaca gravou um vídeo para se despedir de seus familiares e amigos. No vídeo ele diz: “Foi um passeio incrível, não me arrependo de nada.” Lembrei da música na hora, o que é a nossa vida senão uma bela pintura, em que escolhemos as cores, mas não podemos prever quando descolorirá?
Há pessoas tão absorvidas em preocupações, que sequer notam as cores da vida. Passam uma vida cinzenta. Eu já fui assim. Muito preocupada com o futuro. Mas, quando se cresce, percebe-se que ele chegará independente de estarmos prontos ou não. Por isso, não posso deixar para ser feliz no futuro. Não sei o que me espera. Quero ser feliz agora, ver todas as cores do mundo, porque a única certeza que eu tenho é que um dia, eu também, descolorirei.
Postarei logo abaixo a linda animação do Mundo da Criança que ganhou o Liv Ullman Peace Prize num festival de cinema de Chicago. Achei merecido, lindo clipe, linda música. 
Watercolor
English lyrics by: Rita Cammarota

In a blank piece of paper
I draw a round sun in the sky
There´s a castle below it
And I am the king´s bravest knight

As my pen dances around
My hand sewing a glove
It turns colder outside
And my fingers now draft me a hug

If a drop of white paint
Dares to mess the blueness
Of my sky
Suddenly I can turn it
Into a  seagull
That´s flying high

Up it goes
All around this world
Along with it I can see
Different places, different colors
Paris and New York and Madrid

There´s a sailboat
Ocean, waves and mist
It´s so much sea and sky
In a blue kiss

Through the clouds
I can see a purple plane
Coming to land
It colors everything down below and its
Lights are blinking once again

If you just imagine
It will fly away
Up to the stars
Or if you say
It can land and stay

In a blank piece of paper
A ship leaves the docks any time
In are so many friends
Who are toasting to joy and to life

North and South, East and West
Are not so far away
As you may see
With a turn of a compass
I´m there and then I am back here

A boy keeps on walking
And finally reaches a wall
Facing his little eyes
Strong and Still, filled with pride
There the future lies

Is the future like a spaceship
That we are all trying to guide?
It has no certainty, It has no mercy
No scheduled time to arrive
When we least expect
It grabs us by the hand and then invite us
To laugh or to cry

It´s a long road, and we cannot
Know or be sure how it will be
And the end of it is uncertain
If it´s far away or just here

Come and let us paint
This whole life our way
Learning each day
That come what may
All colors fade away

In a blank piece of paper
I draw a round yellow sun
(It will fade away)

There´s a castle below it
And I am the king´s bravest knight
(It will fade away)
With a turn of a compass
I´m there and then I´m back here
(It will fade away)



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Este obra de Rita Cammarota, foi licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.