sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A dor é tão velha que pode morrer (Chico Buarque)

Bom Tempo
Um marinheiro me contou
Que a boa brisa lhe soprou
Que vem aí bom tempo
O pescador me confirmou
Que o passarinho lhe cantou
Que vem aí bom tempo

Do duro toda semana
Senão pergunte à Joana
Que não me deixa mentir
Mas, finalmente é domingo
Naturalmente, me vingo
Eu vou me espalhar por aí

No compasso do samba
Eu disfarço o cansaço
Joana debaixo do braço
Carregadinha de amor
Vou que vou
Pela estrada que dá numa praia dourada
Que dá num tal de fazer nada
Como a natureza mandou
Vou
Satisfeito, a alegria batendo no peito
O radinho contando direito
A vitória do meu tricolor
Vou que vou
Lá no alto
O sol quente me leva num salto
Pro lado contrário do asfalto
Pro lado contrário da dor

Um marinheiro me contou
Que a boa brisa lhe soprou
Que vem aí bom tempo
Um pescador me confirmou
Que um passarinho lhe cantou
Que vem aí bom tempo
Ando cansado da lida
Preocupada, corrida, surrada, batida
Dos dias meus
Mas uma vez na vida
Eu vou viver a vida
Que eu pedi a Deus

                                            --Chico Buarque—

Só porque hoje eu estou feliz. De uma alegria que não se explica. Só por estar viva. Por ter uma família que me ama, amigos, uma pessoa especial ao meu lado.
Com vontade de cantar, porque gosto do meu trabalho hoje. Porque luto por um melhor amanhã. Porque finalmente, estou cuidando de mim e pensando em mim para isso.

Porque quero sorrir e não chorar, mesmo que nada extraordinário tenha acontecido. Feliz, como as pessoas merecem ser. E eu também.
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Este obra de Rita Cammarota, foi licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.